21 de dezembro de 2010

Canções para se apaixonar



Hoje meu filho mais velho faz 13 anos. Sou, portanto, oficialmente mãe de um adolescente. Digo oficialmente porque os sintomas disso já começaram há algum tempo. Entre tantas coisas que tenho pensando sobre este assunto – ter um filho adolescente – uma delas é: como hoje esses garotos e garotas fazem para começar a namorar, se não existem mais músicas lentas nas vidas deles?

Posso estar errada, mas reparo que nas festinhas do povinho desta idade só tem Black Eyed Peas, Lady Gaga, bate-estaca e funk. No meu tempo (horrível dizer isso, mas não tem outro jeito de dizer), a aproximação acontecia através da dança das canções românticas. E agora? Falam “oi tudo bem?” e já partem para o que interessa? 

Enquanto penso no assunto, faço mentalmente o repertório que fazia eu me apaixonar a cada música. Era assim mesmo: você nem estava a fim do cara, mas a música era tão sensacional que você se apaixonava pelos três minutos que ela durava. 

A primeira que me vem à mente é You've got a friend. James Taylor, de 1970, mas que foi hit até o fim da década. A voz macia de Sweet Baby James era infalível. No fundo, era com James que eu queria namorar. Marcou minhas primeiras dancinhas, por volta dos nove, dez anos (eu era de uma turminha precoce). 

Outra do mesmo ano: Easy, do Commodores. Ainda lembro que ela era uma faixa um pouco mais longa do que o normal. Então era preciso tomar muito cuidado pra não aceitar dançá-la com um cara mala ou que suava muito quando encostava nas meninas. 

Ainda de 1977: How Deep is your love, dos Bee Gees. E, naqueles anos, havia uma canção, dessas de trilha de novela -  acho que era de O Astro - chamada We´re All Alone, de Rita Coolidge. Simplesmente linda. 

Nos anos 80, já adolescente oficial, eis as que eu mais gostava: All out of love, do Air Supply. Aliás, Air Supply é brega, mas tinha canções dramaticamente românticas, do jeito que eu gostava. 

No ano seguinte, duas: Time, do Alan Parsons Project, e Classic, do Adrian Gurwitz. 

Mas poucas músicas “mela-cueca” – como alguns chamavam – foi tão dançada de rostinho colado na minha geração quanto Hello, do Lionel Rithie. Is it me you´re looking for?, perguntava a canção. Quase sempre parecia que sim. Pelo menos até o último acorde. 

E você? O que dançou na adolescência?

Martha Mendonça


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