30 de dezembro de 2012

Rumo a um Ano Novo





O novo está bem longe de ser uma unanimidade. Para alguns, ele chega como um frio na barriga, um medo de não sei o que, uma vontade de sair correndo pela primeira porta que aparecer. Outros, porém, conseguem ficar mais à vontade com as surpresas do futuro e acolher as novidades com alguma tranquilidade. Mas, de modo assim bem geral, o novo assusta. No limite o grande novo, aquele para o qual evitamos sempre olhar e de quem pouco ou nada sabemos é a morte, este mergulho no absolutamente novo!

E por conta desta semelhança, paira uma suspeita sobre tudo que é novo. Sim, porque é preciso não confundir o novo com a novidade. As novidades são ligeiras e frívolas. Chegam alegrinhas, tristonhas ou alvoroçadas, mas sem dramas nem mistérios. O novo, ao contrário, tem a solenidade do desconhecido, e chega no compasso das grandes aventuras e dos chamados mais misteriosos.

Ao longo dos tempos, o novo foi a floresta, o abismo, imensos oceanos azuis, abóbadas celestiais. Mais recentemente, descobrimos que ele habitava em nós. Do outro lado do espelho um universo de estranhezas desconhecidas nos olhava e nos convidava a entrar. O Admirável Mundo Novo, de que falava o escritor Aldous Huxley nos anos 60, nós começamos a construir todos os dias, dentro de nós.

Ah, o novo e seu inevitável parceiro: o começo. Quer coisa mais difícil do que começar algo novo? Dar a partida no motor do futuro, assim sem mapa, sem rumo, sem garantias. Arrancar a gravata, soltar as amarras, levantar âncoras, remover os entulhos e entulhos de velharias e partir. Próxima parada? Quem sabe? Onde o destino mandar talvez, que o novo não obedece a ninguém.

Não senhor, temos muito medo do novo, de seu compromisso com a liberdade e de seu comando para a mudança. Confiamos que o jeito de sempre, se não nos traz felicidade, pelo menos nos deixa entorpecidos de cotidiano e assim vamos ficando. Ano que vem paro de fumar, ano que vem mudo de emprego, ano que vem emagreço, ano que vem saio desta relação que me faz sofrer, ano que vem.

E se este ano, só para variar, a gente desejasse de coração um Ano Novo bem novo. Faremos assim todos juntos, à meia-noite, vamos olhar para algum ponto bem longe à nossa frente - o mar, o mato ou a casa do vizinho - e desejar que o ano que se aproxima nos traga nossa cota de novo e prometer, obedientes, que vamos recebê-lo com coragem, que seremos, afinal, merecedores deste presente. Vamos então fechar os olhos. E neste instante, bom, ninguém sabe com certeza, mas uns hão de sentir um arrepio na espinha, alguns dirão depois que foram abraçados por uma onda de 'calor', outros virarão as costas dizendo, 'ora, que bobagem'! Mas pode ser que desta vez, os anjos digam sim e a gente consiga montar na garupa das mudanças que vão nos levar aos nossos sonhos.

Adília Belotti 

3 comentários:

Gisa disse...

E lá vamos nós Lena! Mais um ano se iniciará. Muitos beijos e carinhos na nossa caminhada. O mais a gente encara.
Bjs

Maria Rodrigues disse...

Lena passei para lhe desejar um excelente ano novo. Que 2013 seja um ano melhor em tudo do que este que está a terminar.
beijinhos
Maria

Del Rodrigues disse...

Passei para desejar-lhe Muita Paz, Saúde,Realizações e Luz no novo Ano! Que Deus a abençõe sempre!
Andei sumida do seu cantinho porque assumi muitos compromissos este ano que andavam inviabilizando visitar os Blogs que adoro.Aproveitei essa folguinha hoje e vim matar a saudades deste espaço super fofo...
Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensarmos tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!
Espero que em 2013,possamos continuar juntas no espaço virtual . Um grande beijo.